quinta-feira, 20 de março de 2014

Semana para a Igualdade de Género

Este ano letivo, o “Projeto Mais e Melhor Saúde” considerou pertinente promover um conjunto de atividades, em parceria com a Biblioteca Escolar, que visavam a promoção de reflexões e debates entre os alunos, acerca da temática da Igualdade de Género. Para isso, deu-se impulso à instituição de uma Semana para a Igualdade de Género.


Assim, entre os dias 10 e 17 de março, as professoras  Ana Machado, Carla Abreu, Cláudia Azambuja e a psicóloga estagiária, Flávia Fernandes-Costa realizaram, com alunos de diferentes turmas e faixas etárias, jogos educativos de caráter lúdico e debates sobre esta questão. Os objetivos destas sessões foram: promover a reflexão sobre os estereótipos de género; promover a sensibilização dos alunos para a promoção da Igualdade de Género e, principalmente integrar a dimensão de género nas práticas educativas.

No contexto das atividades realizadas, os alunos foram esclarecidos acerca do conceito de Igualdade de Género, como sendo a equivalência social entre os dois géneros. Foi-lhes explicado que o género tem por base representações (crenças, ideias e valores) em torno do sexo biológico, ou seja, é o modo como as sociedades entendem as pessoas do sexo masculino e as pessoas do sexo feminino. É, assim, a consequência do sexo numa organização social, não existindo coincidência entre a identidade natural (sexo) e a de género (construção social). Através destas intervenções junto dos alunos, verificámos que estes confundiam os conceitos supramencionados, tendo sido necessário clarificar que a Igualdade entre Mulheres e Homens, ou Igualdade de Género, significa igualdade de direitos e liberdades para a igualdade de oportunidades de participação, reconhecimento e valorização de mulheres e de homens, em todos os domínios da sociedade: político, económico, laboral, pessoal e familiar.

Consideramos fundamental desenvolver ações para abordar a Igualdade de Género, pois a sociedade tem vindo a sofrer profundas alterações, nomeadamente ao nível do “modelo familiar”. De facto, ao conceito de “modelo familiar” comummente aceite, foram acrescentadas novas variáveis e realidades, fruto das várias modificações nas estruturas familiares, que nos permitem, hoje em dia, reconhecer a existência, não de um, mas de vários “modelos familiares” (famílias monoparentais, famílias reconstituídas, famílias clássicas de dupla profissão), em que a tónica dominante passa pelo facto de ambos os elementos do casal terem uma atitude ativa face ao trabalho, tendo as mulheres começado a assumir uma postura mais participativa na esfera pública. Estes novos “modelos familiares” implicam, necessariamente, um ajustamento na organização da vida familiar e sobretudo nas relações sociais de género, questão que nos remete para a importância da inclusão do princípio da Igualdade de Género em todas as esferas da sociedade. 

Falar em Igualdade de Género, presentemente, torna-se incontornável, ainda mais se nos detivermos no aspeto de que, a crescente participação das mulheres no mercado de trabalho não foi acompanhada por um crescimento correspondente da participação dos homens na vida familiar. Apenas um olhar mais atento na situação e participação das mulheres e dos homens na sociedade atual nos permite compreender a importância da adoção deste princípio e da sua discussão na escola.